Encontro marcado no Rio
Em contagem regressiva para a Rio+20, cidade prepara centros de convenção, áreas turísticas e até favelas para receber 50 mil participantes da conferência
![Pavilhão do estado do Rio Pavilhão do estado do Rio, que será montado durante a Rio+20](http://veja.abril.com.br/assets/images/2012/3/71007/rio-20-pavilhao-do-estado-do-rio-2-size-598.jpg?1331928908)
Pavilhão do estado do Rio, que será montado durante a Rio+20 (Divulgação)
Segundo a revista Veja, a cidade do Rio está em contagem regressiva para a conferência Rio +20.
As atividades começarão simultaneamente no dia 13 de junho de 2012.
No Riocentro estará boa parte do sucesso ou fracasso da Rio+20, pois lá serão abrigadas as rodadas de negociações entre diplomatas para a adoção da declaração final da conferência.
Já estão sendo preparados os centros de convenção, as áreas turísticas e as favelas para o evento, onde são esperadas cerca de 50 mil pessoas somente para as atividades da ONU, mas um número ainda não estimado pelas autoridades é esperado para participar dos eventos paralelos.
Não se sabe dizer se a maioria dos 150 chefes de estado aguardada pelo Itamaraty irá de fato desembarcar na cidade. Mas sabemos que toda essa movimentação e visibilidade mundial dedicada ao Brasil estão prestes a reeditar a ECO-92 que transformou o Rio em capital do mundo.
Além da discussão sobre o futuro do desenvolvimento sustentável, acontecerão debates, exposições, encontros e muitas manifestações promovidas pelas mais diversas entidades, além da presença de celebridades internacionais que devem passar pela cidade para apoiar causas que vão da defesa do meio ambiente à ajuda aos países mais pobres.
A cidade à espera da Rio+20
Os cerca de 50 mil participantes da conferência vão se reunir em espaços nas zonas sul e oeste, com destaque para as regiões próximas ao Parque do Flamengo e ao Riocentro
Parque do Flamengo
![](http://veja.abril.com.br/assets/pictures/58475/aterro-do-flamengo-rio-de-janeiro-2009-size-620.jpg?1322832629)
Vista aérea do Aterro do Flamengo. Foto: Selmy Yassuda
O Aterro do Flamengo a sede dos eventos de ONGs. Estão previstos para o local a Cúpula dos Povos e a Marcha das ONGs. Os eventos começam no dia 13 e vão até 22 de junho, em uma extensão de área ainda a ser definida pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
A presença de líderes como Barack Obama, Yoshihiko Noda, MArio Monti e Vladimir Putin ainda é incerta, mas a massa de ambientalistas e integrantes de organismos internacionais já estão a caminho do Rio. Portanto se alguém está pensando em participar da conferência, é melhor correr e garantir sua acomodação, pois praticamente não há mais vagas disponíveis na rede hoteleira, tendo em vista que metade dos quartos disponíveis foram reservados para as delegações oficiais, entre governos de países participantes e funcionários da ONU.
A organização da Rio+20 admite estar encontrando dificuldades para acomodar tanta gente. "A rede hoteleira do Rio é limitada. Estamos esperando 50 mil pessoas só entre os credenciados para a cúpula do Riocentro", afirma Aguiar. O diplomata tentou acionar transatlânticos para ajudar a aumentar a capacidade de hospedagem, mas a alta temporada de cruzeiros até agora impediu deslocamentos.
A diversidade de temas na pauta da Rio+20 também levará à cidade uma lista extensa de organizações não-governamentais. O Greenpeace e a World Wide Found for Nature (WWF), conhecidos por fazer protestos e demonstrações tão criativas quanto ousadas, já confirmaram presença. O Greenpeace vai trazer seu novo navio, o ‘Rainbow Warrior III’, que ficará aberto para visitação. De acordo com o representante da ONG no Brasil, Nilo D´Ávila, representantes da indústria naval vão ser chamados para conhecer a embarcação, que é construída para ser ‘ecoeficiente’ nos mínimos detalhes. Um exemplo é o uso de água. O barco tem a capacidade de armazenar 59 metros cúbicos de água utilizada para banho e descarga, sem precisar jogá-la no mar. Um sistema especial de filtro biológico ajuda a limpar a água, que volta a ser usada pelos tripulantes. O Greenpeace também planeja montar um acampamento modelo alimentado a energia solar, onde vai ministrar oficinas. Para as ONGs, o ponto alto será a Marcha das ONGs, programada para ocorrer no Aterro do Flamengo.
![O navio Rainbow Warrior III, do Greenpeace O navio 'Rainbow Warrior III', estrela da frota do Greenpeace, estará no Rio durante a Rio+20](http://veja.abril.com.br/assets/pictures/71081/RIO-20-RAINBOW-WARRIOR-3-1-original.jpg)
O navio 'Rainbow Warrior III', estrela da frota do Greenpeace, estará no Rio durante a Rio+20
As favelas do Rio, que desde o início do programa de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) tornaram-se pontos de visitação, também estarão em evidência. O governo do Estado promoverá visitas e atividades culturais em áreas consideradas pacificadas. As escolhidas são o Complexo do Alemão, Chapéu Mangueira/Babilônia, Pavão-Pavãozinho, Cantagalo, Rocinha, Vidigal e Cidade de Deus.
Programação – As atividades começam simultaneamente no dia 13 de junho. O Riocentro vai abrigar as rodadas de negociações entre diplomatas para a adoção da declaração final da conferência. Lá, estará em jogo boa parte do sucesso ou fracasso da Rio+20. Dependendo do conteúdo, os líderes mundiais podem decidir se embarcam ou não para o Rio.
De acordo com o economista Sérgio Bessermann, haverá diversos canais para participação popular para quem estiver na cidade. Ele salienta que o envolvimento da sociedade é importante para o êxito da conferência. Mesmo quem não puder vir ao Rio, pode influenciar ações mais ousadas por parte dos governantes através de canais da internet. "Há uma tendência por parte das autoridades envolvidas a se acomodar. Só a pressão da opinião pública pode mudar isso", defende.
A ONU vai promover também dentro do Riocentro oportunidades de debates entre os chamados Grandes Grupos, que representam a sociedade civil. Mas as principais manifestações populares vão ocorrer na Cúpula dos Povos, que, assim como a conferência da ONU, é uma extensão do Fórum Global, que ocorreu simultaneamente à conferência de 20 anos atrás. Assim como na ECO-92, a cúpula vai aglutinar a maior parte dos movimentos não governamentais. Mais de 30 entidades já confirmaram presença.
O comitê organizador reservou ainda quatro armazéns do Píer Mauá para abrigar uma feira de inovações tecnológicas. O Autódromo de Jacarepaguá será utilizado para concentração da sociedade civil e para a exposição de empresas. Haverá uma exposição temática no primeiro pavimento do Museu de Arte Moderna. O Espaço Vivo Rio também está reservado para eventos. As representações governamentais vão fazer apresentações nos pavilhões que serão montados no Parque dos Atletas (antiga Cidade do Rock).
Os líderes mundiais só devem começar a chegar a partir do dia 20 de junho, quando as discussões de alto nível têm início, culminando com a adoção do documento final da conferência. A montagem da cúpula no Riocentro está prevista para ter início em abril. Serão construídas 29 salas, com espaços que variam de 50 a 2.200 lugares. De acordo com o ministro Aguiar, tudo está dentro dos prazos. "Claro que queria que estivesse tudo pronto há seis meses. É um período de grandes negociações, de adaptações aos pedidos, mas está tudo controlado", afirma.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/encontro-marcado-no-rio
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