Às vésperas da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Cnuds), que discutirá em junho temas de sustentabilidade como a proteção dos recursos hídricos, a água ainda é um bem pouco valorizado no Rio de Janeiro, Estado-sede do encontro.
De cada 100 l de água tratada, 30 l são desperdiçados entre a captação e o destino final, na torneira dos consumidores. A estimativa é do presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner Victer, que aponta como principais causadores de desperdício o furto de água, as perdas ao longo da rede e o erro de medição por hidrômetros antigos.
"Os dados (de perda de água) estão na ordem de 30%, mas se reduziram profundamente segundo os últimos levantamentos. Nós temos hoje um combate muito forte à fraude, ao roubo e ao desvio da água", disse Victer nesta quarta-feira, durante a abertura de uma feira de empresas de saneamento.
Segundo números da Cedae, em 2007 o índice de desperdício era mais alto, na faixa dos 50%. Entre as ações que ajudaram a melhorar a situação estão as frequentes operações contra o furto. Nos últimos cinco anos foram flagradas em todo o estado cerca de 8 mil ligações clandestinas de água. O resultado foi o pagamento de R$ 20 milhões em multas e o encaminhamento dos responsáveis às delegacias de polícia.
O perfil dos fraudadores da rede de água foi um fator que chamou a atenção da companhia, que encontrou casos de grandes empresas, indústrias, condomínios de luxo e hospitais particulares.
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